Oi Conceição Barros, essa imagem, que você compartilhou,  nos diz muita coisa sobre a relação ente mediação e aprendizagem, principalmente, aqui entendida como uma relação de participação do aluno quando ele é  convidado pelo professor a operar com os elementos que fazem parte do objeto de conhecimento em que todos em colaboração, investigam, pesquisam e dialogam entre si para compreender e interpretar as informações que lhes chegam. Essa atividade torna possível a interação que por sua vez permite a emissão e recepção cocriarem a mensagem, transformando a informação em  conhecimento.

Roseli,  ao descrever o  cenário representado na imagem como referência ao  modelo da pedagogia da transmissão, você retratou muito bem ao lembrar da metáfora de educação bancária descrita por Paulo Freire como se a mente da gente fosse um depósito de informações desconetada da vida, sem sentido.

É bem verdade que esse cenário vem mudando.

A docência vem buscando romper com essa postura clássica de ensino massivo, graças as oportunidades formativas,.Cria estratégias voltadas à perguntas problematizadoras que instigam o pensar e a curiosidade da criança. O próprio arranjo das carteiras e da estrutura física da  sala de aula é  reformulada para possibilitar uma ambiência comunicacional mais interativa. E essas habilidades são própria do professor criativo, do professor que está sempre desafiado para fazer com que seus alunos aprendam, apesar dessa cultura do falar-ditar do mestre ainda persistir  

A educação infantil está bem alinhada com a proposta de sala de aula interativa pois toda abordagem pedagógica  é centrada na criança que está o tempo todo interagindo de forma lúdica, espontânea com autonomia para explorar seu entorno e construir conhecimentos.

O interessante que o professor, na educação infantil, exercita sua capacidade de  mediar sem se ater ao conteudismo, compreendendo  que a interação da criança com o ambiente físico e social é uma excelente oportunidade pedagógica para que o professor problematize situações de aprendizagem, instigando a curiosidade da criança. Também se torna mais criativo a exemplo dessas caixas (apresentadas na imagem) utilizadas para guardar os brinquedos,  transformam-se em recursos educacionais para que a criança possa manusear, brincar, interagir e dar novos sentidos ao uso e reuso desses objetos. 

Oi Maciana, bem interessante suas reflexões e posicionamentos enquanto docente que busca estratégias para romper com a velha tradição pedagógica de modelo comunicacional de ensino ‘um-todos’ . Propõe situação de aprendizagem centrada na criança.  A criança como sujeito ativo que é o tempo todo desafiado a resolver problemas do seu cotidiano, a explorar os percursos de aprendizagem, a interagir com meio físico e social.

O seu maior desafio é,  estando geograficamente dispersa de seus alunos, como é possível tornar corpórea sua mediação em situação de aprendizagem que envolvam os campos de experiência da criança definidos pela BNCC como essenciais para  desenvolver-se?

 Nesse momento  você conta  com a interface de comunicação que geralmente é o WhatsApp para interagir  com seus alunos e com família que tenta  materializar situações pedagógicas e afetividade sob sua orientação.

Como é possível o sentir, o tocar, vivenciar experiencia  com os objetos, com a natureza e compartilhar com os colegas? Como tornar possível essas interações vivenciadas nas aulas presenciais como apresentadas pelas imagens?

É nesse momento que o papel do professor torna-se imprescindível!! Ele terá que mapear itinerários cujas rotas terão que ser programadas juntamente com as famílias. É a família que vai tornar possível a materialização da mediação e campos de experiências.

O importante que o professor passe a conhecer o cotidiano da criança e da família, participe de suas vidas e extraia daí experiência de aprendizagem que possam ser realizadas dentro de casa.

Olá Aniceta, é incrível como a educação infantil destoa das demais no quesito aprendizagem. Nessa etapa, a criança é verdadeiramente um sujeito que atua, que interage e explora o meio físico e social de forma autência e espontânea.

Não há, aí,  uma interação aleatória - como você bem diz, Aniceta -  há toda uma intenção pedagógica bem fundamentada e articuldada para permitir essa interação.

Na educação infantil o professor se desapega de todo o arcabouço teórico e metodológico curricular de ensino que o prende nas formas de como devemos transmitir os conteúdos das diversas áreas do conhecimento e de como aluno deverá aprender.

O professor, diante de um contexto escolar estruturadado nas concepções de ensino baseada na transmissão, não encontra um espaço favorável de autoria pedagógica, pelo contrário, trata a aprendizagem escolar como uma lista de tarefas a ser cumpridas no tempo que foi determinado para aprender, ou seja, o calendário escolar determina o início e o fim das oportunidades de aprendizagem. Com essa concepção, o foco está nas metodologias de ensino e não nos estilos de aprendizagem de cada aluno.

Já na educação infantil, o professor se desprende desse contexto curricular ainda engessado pela proposta de ensinar tudo a todos - e passa a arquitetar percursos que disponibilizem situações de aprendizagem centrada na criança.  Ele crie esses percursos baseados nos campos de experiências da BNCC e no referencial curricular da educação infantil.  É aí que essa interação torna-se possível. 

Na imagem apresentada percebe-se que o professor se posiciona utilizando um modelo de ensino unidirecional sentido único que só o professor pode falar fazendo uso da aula expositiva no modelo de ensino tradicional.

O que poderá ser proposto é um ensino em que o professor promova a interação, diálogo e participação entre os atores envolvidos no processo.